Tomar celebra a 1 de março os 863 anos da fundação do Castelo Templário

Antiga sede da Ordem dos Templários, Tomar é uma cidade de grande encanto, pela sua riqueza artística e cultural. Fundada por D. Gualdim Pais – cavaleiro Templário em 1 de Março em 1158 (data do início da construção do castelo) já que o pequeno e já velho castelo de Ceras (lugar situado a Norte a cerca de 12 Km) era a única fortificação em todo o vasto território que D. Afonso Henriques deu aos Templários. 
Por ser pequeno ou estar arruinado, o certo é que D. Gualdim Pais acabou por escolher outro sítio para construir o principal castelo dos Templários, o primeiro que ele construiu em Portugal.  Uma lápide, por cima da entrada da torre de menagem, diz-nos que a construção do castelo se iniciou no dia 1 de março de 1160, logo no ano seguinte aos Templários terem chegado a Ceras.
Mas como chegou D, Gualdim até este local?
Um documento de 1317, ou seja, 157 anos depois dos acontecimentos, é a fonte mais antiga que nos conta esta história. Aí está escrito que Gil Esteves, «depois de ter jurado, sobre os Evangelhos, dizer a verdade», disse que ouvira dizer a seu avô, Martim Tinoca, o que ele também já lhe tinha contado um tal D. Mendo, ainda mais velho:
Um besteiro foi ter com D. Gualdim e contou-lhe que, enquanto andava a caçar, tinha encontrado um lugar onde havia um povoado antigo e abandonado. O Mestre veio então ver o sítio, junto ao Nabão, onde estavam as ruínas da cidade de Sellium com a sua ponte romana. 
Domingos Paes Roussado também foi ouvido pelo oficial encarregue, por D. Diniz, de fazer esta inquirição. Disse e jurou que ouvira contar a muitos homens-bons antigos que D. Gualdim mandou sortear entre três montes, para escolher em qual se iria construir a nova fortaleza dos Templários. Por três vezes foram lançadas as sortes e por três vezes a sorte escolheu o monte onde está o castelo.
Escolhido o local, alguns dos companheiros de D. Gualdim seguiram para lá. Ele ficou para trás, certamente a explorar as margens do rio e a descobrir as ruínas abandonadas de Sellium. 
Quando o Mestre dos Templários começou a subir o monte, ouviu os gritos dos seus homens:
« Toma-lo! Toma-lo!»
Encontrados os companheiros, percebeu o motivo de toda aquela confusão. Um javali! Os gritos dos homens, enquanto perseguiam o animal, queriam dizer: apanha-o, agarra-o.
Quando D. Gualdim chegou e viu o javali, já morto, decidiu que Tomar seria o nome do castelo e do povoado que iriam fundar. A palavra «tomar» também tinha, e ainda tem, o sentido de conquista. Conquistar ou tomar um castelo ou uma cidade, por exemplo.
Esta inquirição, de 1317, não é a única memória da fundação de Tomar. Na igreja de S. João Baptista a história é contada em imagens, podemos visualizar um javali num dos capiteis das colunas desta igreja.

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